“Quando você pilota uma moto na estrada você não vê a paisagem, você faz parte daquela paisagem. O sentimento é totalmente diferente quando você está pilotando.” Esse é o sentimento de Yolanda Placidino ao descrever o momento em que está na estrada, sobre sua moto. Piloto oficial do Harley’s Owners Group ou HOG desde 2016, ela conta que pilotar é uma libertação. “Tem sido uma experiência fantástica e é contagiante”, conclui.
O HOG é um grupo que reúne motociclistas do País inteiro e chegou a Londrina apenas em 2016, mas já ganhou muitos membros por aqui desde então. As mulheres são destaque no ambiente típico dos motoqueiros estereotipados. Elas, bem arrumadas, com muitos adereços, maquiagem perfeita e cabelos impecáveis, chamam atenção não apenas com a postura de piloto, mas com a paixão ao falarem de suas experiências.
Sandra Padilha foi a primeira diretora e Lady Harley de Londrina e região. Para ela, o HOG não é apenas um grupo de pessoas com os mesmos interesses, é uma família. “É uma paixão, é uma irmandade, por isso fiz questão de tatuar. Já fizemos parte de outros grupos que não tem essa união”, conta. Ela e o marido dividem a paixão pela estrada há anos e se aventuram para muitos lugares dentro e fora do País.
Na garupa do marido, Sandra já visitou Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, algumas cidades do interior de São Paulo, Goiânia e Salvador com outros grupos. Ela ainda diz que o sonho é conhecer a loja da marca em Manaus. Em 2016, ela e o marido rodaram 6 mil quilômetros e foram até o Uruguai.
Animada, Sandra mostra fotos de experiências das quais tem muito orgulho. Por cada lugar que passou, mesmo na garupa, ela se diz encantada. Também se considera a “garupa oficial do HOG Londrina”, aproveitando para registrar tudo o que pode em cada viagem.
Para todas as ladies do grupo, seja como piloto ou garupa, é sempre um prazer seguir viagem com outras ladies e os lords do HOG. As experiências são contadas com entusiasmo e o ânimo nunca diminui. Erica Ferraz Marangoni, Lady 2017, conta que tudo é motivo para o grupo se encontrar e sair de moto, viajando para perto ou para mais longe. Ela foi indicada para o cargo pela diretoria e conta que desde o momento em que conheceu o grupo, em 2016, se apaixonou pela proposta e começou a conquistar suas milhas em cima da moto.
“Eu tinha muito medo do peso da moto, pelo meu tamanho eu achava que não ia dar conta. Mas aí eu vi as mulheres pilotos, que todas elas eram do mesmo padrão de altura que eu, eu pensei que se elas podem eu também posso”, diz.
Erica conta que depois que decidiu comprar a moto foi só alegria, mesmo que não tenha viajado para muito longe ainda. “Fui aprendendo com o tempo. O peso dela assusta muito a gente, mas tudo é treinamento e vontade. Se você quer, você vai.” Ela revela, animada, que seu objetivo, até o fim do ano, é chegar a Curitiba pilotando para o evento do Outubro Rosa organizado pelo HOG da capital.
Entre as pilotos e garupas do grupo, Celí Granado é uma das que foi mais longe na garupa do marido. Ela chegou ao fim do mundo, como é conhecida a cidade de Ushuaia, na Argentina. A viagem foi feita em pouco mais de 30 dias. “Foi uma experiência maluca”, define. Ela conta que fizeram várias paradas pelo caminho, visitaram o filho em Santiago, no Chile, e seguiram a estrada até o destino final.
Em cada viagem, normalmente, um carro de apoio com outros membros do grupo vai seguindo atrás com gasolina, água, algumas malas e, às vezes, até as crianças. Nestas viagens, além de histórias incríveis para contar, elas colecionam aprendizados, como otimizar os pequenos espaços das malas: “É uma prática de desapego”, conta Celí. Ao final das aventuras e incontáveis histórias vividas juntas, o grupo se denomina uma grande família.