Indústrias apostam na terceirização dos serviços para ampliar a produção e diminuir custos

Empresários defendem que a contratação de empresas especializadas ajudam a melhorar a qualidade dos produtos.

De olho em um cenário em que os empresários aumentam os ganhos, otimizam o tempo de produção e o empregado firma parcerias de trabalho para não perder oportunidades, londrinenses estão apostando as fichas na terceirização. Dados de uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) mostram que essa já é uma prática comum em 81% das 54 empresas paranaenses entrevistadas e 56,1% delas usam esse recurso de forma constante.

Ainda de acordo com a pesquisa, a insegurança jurídica ou os possíveis passivos trabalhistas, são apontados por 39,3% dos industriais, como as principais dificuldades encontradas nesse processo. Mas, o advogado trabalhista Diogo Vilela Berbel defende que a Lei da Terceirização nº 13.429, de março deste ano, veio para dar mais segurança ao empresário.

E já é possível identificar mudanças. Antes da lei, era permitida apenas a terceirização da atividade meio, ou atividade secundária. Agora, é possível que empresas sejam contratadas também para finalizar o produto a ser vendido.

Alexandre Leite Santos, dono da Audithorium Confecções de Londrina conta que a empresa passa por um processo de transição. A nova coleção já conta com praticamente toda a linha de produção terceirizada. Para ele, a mudança já trouxe uma economia de 20% nos custos fixos. Hoje, a fábrica é responsável apenas pelo design das peças e a gestão das lojas de varejo.

Apesar de ter demitido cinco funcionários, que trabalhavam na produção das peças de marca própria, com a terceirização, a empresa já conseguiu aumentar a produção. A expectativa é contratar mais 50 pessoas ainda este ano, quando serão abertas mais cinco novas lojas, completando 15 unidades da rede em Londrina. Segundo Santos, sem terceirizar os serviços, não seria possível atingir essa crescente.

A terceirização também é uma realidade na King e Joe Confecções de Londrina desde a fundação, em 2005. Rafael Miranda da Silva, um dos sócios da empresa conta que, dos 350 itens produzidos na indústria, apenas 15 deles tem 90% de produção própria. Os demais são feitos praticamente por facções contratadas. Nesse caso, o produto começa na fábrica, é distribuído para as facções e depois, volta para a finalização e distribuição.

Ele defende ainda que, a terceirização do serviço de facção é uma tendência natural do setor. Na opinião do empresário, não é possível gerir um negócio com tantas especificidades, sendo que outras empresas podem oferecer um serviço de qualidade, com eficiência e menor preço.

Ary Sudan, dono das empresas Rondopar Energia Acumulada e Tamarana Tecnologia e Soluções Ambientais conta que de 300 funcionários, 40 são terceirizados. No início, tudo era feito por equipe própria. A ideia de contratar os serviços de apoio, como segurança, restaurante, transporte, manutenção e limpeza surgiu da necessidade de garantir qualidade e diminuir custos.

Embora os empresários já estejam amparados pela Lei de Terceirização, a Reforma Trabalhista, que já foi aprovada, entra em vigor em novembro. Especialistas acreditam que isso dará mais segurança, inclusive para os empregados, por ela deixar as regras de contratações mais claras.

 

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