O Gaeco e a 24ª Promotoria de Justiça de Londrina apresentaram, nesta quinta-feira, denúncia criminal contra 37 pessoas investigadas pela Operação Hipócrates, deflagrada em fevereiro desse ano em duas clínicas psiquiátricas da cidade. Segundo o Ministério Público, 32 denunciados estão envolvidos na organização criminosa que teria se instalado nas instituições. Entre os nove crimes listados pelo MP na denúncia à 5ª Vara Criminal de Londrina: cárcere privado, falsidade ideológica, estupro de vulnerável e exercício irregular da Medicina.
Durante a Operação foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão. Os donos da clínica, o casal Paulo Nicolau e Mara Silvestre, seguem afastados da gestão das duas unidades para não atrapalhar as investigações. A defesa até tentou suspender o afastamento, mas os pedidos foram negados, duas vezes, pelo Tribunal de Justiça. Além disso, o casal está proibido de frequentar e acessar as clínicas, de ter contato com funcionários, ex-funcionários e pacientes da clínica.
Além da denúncia, a 24ª Promotoria também pediu o rompimento do contrato com as duas instituições, Villa Normanda e Clínica Psiquiátrica de Londrina, mas a Secretaria de Saúde alega dificuldades. O Hospital Evangélico se colocou à disposição para receber parte dos pacientes, mas até agora nada confirmado. As duas clínicas continuam atendendo apenas quem já estava internado.
A reportagem tentou contato com o promotor Paulo Tavares, para detalhar a denúncia, mas ele está de férias. Já o promotor Leandro Antunes, que também participou da Operação, estava de licença nesta quinta-feira.
NOTA RETORNO
“Sobre a denúncia criminal oferecida pelo Ministério Público de Londrina, a direção da Clínica Psiquiátrica de Londrina (CPL) e da Villa Normanda declara que as denúncias feitas pelo Ministério Público são resultado do desvirtuamento proposital e mal intencionado dos fatos, com o nítido objetivo de prejudicar a sua imagem e a de seus proprietários. Enfatiza que nenhuma das irregularidades descritas na denúncia foram confirmadas pelos órgãos oficiais. O absurdo é tal que, na denúncia, são citados processos contra a Clínica que o MP perdeu, ficando provada a inocência dos acusados. O MP já recebeu ampla gama de documentos comprovando serem as acusações infundadas, mas preferiu não considerá-las”.
Uma coletiva de imprensa com o advogado de defesa das clínicas, Walter Bittar está agendada para segunda-feira, 27 de maio.