O retrato do verão de 2021 no Acre foi desesperador, mas pode não ter ficado no passado. O governo precisou decretar emergência por cheia de rios, pandemia da Covid-19, crise migratória – tudo isso somado a um surto de Dengue. Segundo dados do Ministério da Saúde, até o início de outubro, o Acre desponta como a maior incidência de Dengue do Brasil: respectivamente 1.512 por 100 habitantes, num total 13.714 notificados. Já a de Zika vírus é de 21,6 casos e 196 doentes. Uma das principais dificuldades no Acre é o acesso a diversas localidades, o que ainda se agravou durante a pandemia, já que os agentes não puderam trabalhar livremente. Há a chance de uma enorme subnotificação, o que serve de alerta para o ano que logo se iniciará.
Com o início da temporada das chuvas, o perigo da multiplicação dos Aedes aegypti é enorme. Isso porque, após aproximadamente 15h da postura, os ovos dos mosquitos conseguem resistir a longos períodos de baixa umidade, podendo ficar até 450 dias no seco. A situação se torna ainda mais perigosa diante de um aparente cenário de subnotificação, provocado até mesmo pela gravidade da pandemia da Covid-19.
Apesar de o estado promover ações de sanitização e utilizar métodos tradicionais de combate, o trabalho não tem efeitos positivos. Os números estão aí para comprovar. Campanhas de conscientização e aspersão de veneno são os caminhos básicos, mas sem resultados permanentes a curto prazo. Pesquisas com material genético e estudo do ambiente são algumas alternativas. A biotecnologia já tem respostas assertivas, comprovadas e sem agredir o ambiente ou expor a comunidade a riscos.
O Projeto Controle Natural de Vetores, desenvolvido pela Forrest Brasil Tecnologia, com o trabalho de cientistas brasileiros e israelenses, se mostrou eficiente. Em Ortigueira (PR), numa parceria com a empresa Klabin e o município, a ação já comprovou seus melhores resultados no Paraná. Implantado em novembro de 2020, em seis meses, a redução foi de 92% da população local de mosquitos. O número de pessoas doentes também caiu, de 120 para 4, quase 97%. Não foram registradas mortes.
[Assessoria/Inove]