O crescimento do déficit dos hospitais dura mais de duas décadas, os levando a um alto endividamento, em mais de R$ 20 bilhões, e ao sucateamento das suas estruturas físicas e tecnológicas. A situação foi agravada ainda mais por conta da pandemia de Covid-19 e não há perspectiva de melhora em todo o país.
No Paraná, 147 hospitais filantrópicos são responsáveis por 54% de todos os atendimentos do SUS (Sistema Único de Saúde) no Estado e mais de 70% dos atendimentos SUS de alta complexidade. A Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (FEMIPA) congrega 71 Santas Casas e hospitais filantrópicos e suas afiliadas ofertam, ao SUS, 8.489 leitos de internação e 855 leitos de UTI.
“Essa é uma situação que se arrasta há muitos anos em todo o país, e aqui em Londrina não é diferente, infelizmente os recursos não cobrem as despesas. A demanda tem aumentado ano após ano e o déficit só aumenta. Apesar de todos os esforços da prefeitura, que realiza a gestão plena dos recursos, é um problema sistêmico que tem origem na esfera federal”, explicou o superintendente do Hospital Evangélico (HE) de Londrina, Eduardo Otoni.
Hoje, somente no HE, o déficit do SUS ultrapassa os R$ 2,5 milhões mensais. São realizados mais de 1.500 atendimentos ao SUS, bem acima do estabelecido em contrato, com pacientes vindo de toda a região norte do Paraná.
Para a campanha “Chega de Silêncio!”, a CMB e suas Federações, entre elas a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado do Paraná (FEMIPA), programaram uma série de ações no mês de abril para mobilizar gestores, hospitais, profissionais de saúde, sociedade civil, pacientes, o Parlamento e o Executivo brasileiro.
As Santas Casas e hospitais filantrópicos requerem a alocação de recursos na ordem de R$ 17,2 bilhões, anualmente, em caráter de urgência, como única alternativa para cumprir as obrigações trabalhistas e para a imprescindível adequação ao equilíbrio econômico e financeiro.