Comitê de crise avalia estratégias para garantir serviços de saúde

Coordenadoria da Defesa Civil reuniu sociedade para traçar estratégias durante a crise de desabastecimento

Marcos Zanutto

Marcos Zanutto - Direção da Santa Casa estima que pronto-socorro pode deixar de atender em quatro dias por falta de materiais

Direção da Santa Casa estima que pronto-socorro pode deixar de atender em quatro dias por falta de materiais

Representantes de alguns setores da sociedade apresentaram nesta segunda-feira (28) à coordenadoria da Defesa Civil em Londrina as suas demandas para manutenção de serviços básicos durante a paralisação nacional dos caminhoneiros, que completa nove dias. A reunião aconteceu no Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) e foi convocada pelo comandante do 3º Grupamento de Bombeiros e coordenador regional de Proteção e Defesa Civil, major Ezequias de Paula Natal.

No final da semana passada, um acordo com o movimento grevista garantiu a liberação de combustível para alguns postos de Londrina para manter o abastecimento de veículos oficiais da polícia, Guarda Municipal, órgãos de saúde estaduais e municipais e carros particulares de médicos e policiais. Os pontos de bloqueio nas estradas também garantem a passagem de cargas consideradas essenciais, como medicamentos e gases de uso hospitalar.

Mas a restrição na liberação dos combustíveis atingiu outros profissionais de saúde e a mobilização dos caminhoneiros afeta o transporte de insumos necessários para a produção de medicamentos e essas duas situações têm preocupado os responsáveis pelos estabelecimentos de saúde. Eles afirmam que se a paralisação se estender até o final desta semana, as unidades de saúde terão sérios problemas para manter o atendimento aos pacientes. “Estamos com o pronto-socorro funcionando, temos atendimento, mas daqui a três ou quatro dias a gente pode não ter mais recursos e materiais para atender as urgências e emergências”, disse o superintendente da Santa Casa e presidente do Sindicato dos Hospitais de Londrina, Fahd Haddad.

Superintendente do Hospital Universitário de Londrina, Elizabeth Ursi disse que a intenção do comitê de crise é operacionalizar para que a Defesa Civil faça o transporte dos materiais que estão em falta nos estabelecimentos de saúde. No HU, estão em falta proteína animal e feijão, mas preocupa também a queda no número de doadores de sangue. “Estamos pedindo que as empresas possam disponibilizar que seus funcionários ou algumas instituições venham doar. Nós transportaríamos com o ônibus para que as doações acontecessem no Hemocentro, uma vez que é mais rápido e possibilita um volume maior de doações.”

Ursi destacou ainda que funcionários de serviços de urgência e emergência que atuam nos plantões estão com dificuldade de chegarem ao trabalho por problemas com transporte. “São horários em que não tem ônibus disponível e não tem combustível. Então, o comitê de crise deverá avaliar quanto de combustível ainda tem no pool para saber se é possível ampliar a oferta para outros trabalhadores. Nesse momento só estamos conseguindo abastecer os carros oficiais e as ambulâncias do hospital.”

“As empresas farmacêuticas conseguem enviar o que têm em estoque porque passa pelos pontos de manifestação, mas não estão recebendo os insumos para produzir mais medicação, principalmente medicação injetável. Na semana que vem não vamos ter mais medicamentos injetáveis, vamos ficar desabastecidos. Temos oxigênio para mais cinco dias e na sexta-feira não se faz mais diálise”, disse o gerente médico do Hospital Evangélico, Bruno Bressianini.

No último final de semana, a Secretaria Municipal de Saúde adotou como medida cautelar a suspensão das cirurgias eletivas, mas a preocupação do secretário, Felippe Machado, neste momento é com a baixa nos estoques. “Temos estoque para os atendimento de urgência, mas isso está limitado. Temos a preocupação exatamente porque quando voltar ao normal a situação, tem um prazo para que tudo se regularize.”

SANEPAR
O gerente geral da Sanepar, Sérgio Bahls, esteve presente no encontro e disse que a companhia discute o tratamento de água e esgoto, que pode ser prejudicado caso a mobilização se prolongue e comecem a faltar os produtos químicos utilizados nas estações de tratamento. “Sem o produto químico não conseguimos tratar a água. A grande preocupação é desbloquear esses caminhões que chegam até as 75 cidades atendidas pela nossa regional e que daqui transporte o material para todas as estações de tratamento de água”, disse Bahls. “No tratamento de água, tenho uma tranquilidade de mais oito dias.”

Promotor de Defesa da Saúde Pública, Paulo Tavares fala em partir para a judicialização para resguardar os interesses da população. “Estamos em contato diariamente com o comando de greve. Eles têm atendido todos os pedidos que o Ministério Público vem fazendo, mas pode ocorrer de nos depararmos com uma situação que fuja do controle do comando da greve, então estamos nos preparando para a adoção de providências mais contundentes.”

DEFESA CIVIL
“Estamos realizando gestões para verificar as demandas e ver como agiremos para tentar minimizar os efeitos dessa crise porque resolver nós não vamos”, disse o comandante do 3º Grupamento do Corpo de Bombeiros e coordenador regional de Proteção e Defesa Civil, major Ezequias de Paula Natal. O transporte de alguns tipos de carga, ressaltou o major, é liberado pelos grevistas quando há identificação com o adesivo da Defesa Civil, mas é preciso que o motorista apresente a nota fiscal para comprovar o tipo de carga. “Medicamentos, ração animal, carga viva e oxigênio hospitalar fazem parte do rol de cargas que não são paradas.”

O major disse que irá trabalhar para que os caminhões das coordenadorias regionais da Defesa Civil recebam os medicamentos em Curitiba e transportem até a região de Londrina.

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