Mais de 300 sericicultores do Paraná enfrentam atualmente os reflexos da deriva, fenômeno que ocorre quando um agrotóxico aplicado em lavouras próximas é levado pelo vento e atinge plantações.
Causando prejuízos, sericultores protestaram nesta semana pelas ruas de Nova Esperança, a capital paranaense da seda. Cartazes pediam por fiscalizações mais rigorosas em relação ao uso de defensivos na região.
“A gente está cobrando para as pessoas terem mais consciência. Não é parar, é ter consciência do que estão fazendo. Não passar veneno com vento, ver os bicos que serão usados, não passar com avião. É isso que a gente quer”, declara a sericicultora Loeli da Silva Gomes.
Mais fiscalização
Em Nova Esperança, uma lei proíbe o uso de aviões ou helicópteros para a pulverização de agrotóxicos e exige que o produtor tenha uma autorização prévia do município para realizar o trabalho.
De acordo com a presidente da associação de produtores, Sandra Maria Andrade, denúncias foram feitas, mas sem retorno.
“O que a gente pede é fiscalização, diálogo e respeito, porque todas as culturas podem conviver”, diz Sandra.
Em nota técnica, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) que faz o controle dos defensivos agrícolas no campo, disse que desde junho foram realizadas 251 inspeções nos municípios com maior incidência de deriva, como Nova Esperança, Astorga e Marialva.