A terça-feira foi mais um dia de superlotação nos principais hospitais de Londrina. São as chamadas unidades terciárias, responsáveis por prestar atendimento a pacientes vítimas de acidentes graves ou que estão em uma situação de saúde mais delicada. No Hospital Universitário, por exemplo, 83 pessoas estavam internadas até o final da tarde. O número corresponde a mais que o dobro da capacidade máxima da instituição, que, atualmente, conta com cerca de 40 leitos. No Evangélico, a situação era ainda mais delicada. Com seis leitos, a unidade dava abrigo a 34 pacientes, sendo que oito deles aguardavam vaga para a UTI. O hospital também passou o dia operando na chamada “vaga zero”, ou seja, recebendo a demanda dos serviços de urgência e emergência mesmo em situação de superlotação. Na Santa Casa, não conseguimos confirmar o número exato de pacientes internados, mas a informação é de que o hospital também estava superlotado nesta terça-feira. Tanto é que, pela manhã, um motociclista que se acidentou na avenida Brasília foi encaminhado para a unidade justamente na chamada “vaga zero”.
Sem leitos para acomodar os pacientes, em alguns casos os hospitais tiveram que reter as macas das ambulâncias para o atendimento dos recém-chegados. Apesar disso, o município garantiu que os serviços prestados por Siate e Samu não foram comprometidos. Por meio da assessoria de imprensa, o Hospital Evangélico informou que já repassou a situação atual para o Ministério Público e à Secretaria Municipal de Saúde. A CBN tentou contato com a promotora de Defesa da Saúde, Susana de Lacerda, durante toda a tarde, mas não obteve respostas. Já o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, tentou minimizar a situação, dizendo que a questão da superlotação dos hospitais é dinâmica e varia bastante de dia para dia. Ele também destacou que o aumento na procura por atendimento se deve ao atual cenário de epidemia de dengue.
A influência da dengue na superlotação dos hospitais também foi confirmada pela diretora da 17ª Regional de Saúde, Lúcia Lopes. Em entrevista à CBN, ela contou que o Hospital da Zona Sul precisou cancelar cirurgias eletivas nos últimos dias para atender pacientes com suspeitas de dengue. A situação complicada da rede pública de saúde deve ser discutida em uma reunião marcada para a manhã desta quarta-feira.