Há décadas, a praxe da medicina é tratar o câncer com uma combinação de cirurgia, fármacos que atacam as células – as cancerígenas e as saudáveis – e radiação no tumor. A imunoterapia, em vez de atacar o organismo, como a quimioterapia e a radioterapia, fortalece o corpo para que ele mesmo combata a doença. Essa novidade, no entanto, não deve enterrar o tratamento convencional. “Acredito que, num futuro bem próximo, a imunoterapia vai ser o pilar do tratamento e a quimioterapia vai ser agregada a ela”, afirma o oncologista Gabriel Lima Lopes. Segundo ele, a quimioterapia e a radioterapia devem ajudar a aumentar a imunogenicidade do tumor para conseguir aumentar a resposta dele à imunoterapia.
De acordo com Lopes, a imunoterapia apresenta taxas de resposta até cinco vezes maior que os tratamentos convencionais. Outra grande vantagem existe quando se compara os efeitos colaterais de cada tratamento. “Quando se fala em quimio, imediatamente vem aquela ideia de emagrecer, perder os cabelos, diarreia, vômito, queda de plaquetas, uma qualidade de vida questionável. Na imunoterapia, o paciente pode ter tireoidite, hipotireoidismo, inflamação do pulmão, do intestino, mas o que se observa, na maioria dos casos, é coceira e um pouco de fadiga”, compara.
Assim, a imunoterapia beneficia o paciente com mais qualidade de vida e respostas mais duradouras. “Cura é uma palavra forte quando se trata de câncer. Mas a expectativa da imunoterapia é oferecer taxas de controle da doença em até 40% ou 50% dos pacientes, o que com a quimio fica em torno de 20%”, afirma o médico. (J.G.)
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