A Associação dos Criadores do Bicho de Seda de Nova Esperança (Acesp) divulgou uma nota em que calcula um prejuízo de R$ 55 milhões por causa da aplicação “maciça” de pesticidas no noroeste do Paraná.
De acordo com a entidade, nas últimas duas safras, mais de 500 famílias vulneráveis no campo abandonaram a sericicultura em virtude dos prejuízos decorrentes da deriva causada pela aplicação irregular de defensivos agrícolas nas culturas vizinhas.
Foram mais de mil denúncias de perda total por intoxicação formalizadas aos órgãos fiscalizadores.
“O Plano de Ações Integradas de Combate à Deriva de Agrotóxicos da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) do Paraná, está em vigor desde maio/2021, e mesmo assim os prejuízos para a economia do estado decorrente da perda dos sericicultores acumulam mais de R$55 milhões – com base na quantidade de produção de casulos verdes que deixou de ser comercializada exclusivamente por causa da intoxicação. Tudo o que foi investido na propriedade para a criação do bicho da seda foi perdido”, diz a nota.
Os sericicultores da região noroeste do estado fizeram manifestação nesta segunda-feira (23) em Nova Esperança, conhecida no Brasil como capital da seda. O encontro foi organizado pela Acesp, além da Associação Comercial e Empresarial e a Prefeitura da cidade.
“Nas últimas safras, de 2022 e 2023 a perda foi praticamente total, agravou muito. Em abril montamos um grupo e estamos trabalhando com as autoridades, nós conseguimos que a lei ampliasse e proibisse a pulverização aérea, mas só a lei não basta. Infelizmente não tem fiscalização suficiente, e as regras não são cumpridas, chega um avião e passa o veneno até terminar, não importa o horário, o vento” – lembra a presidente da associação dos criadores, Sandra Manieri.
A criação do bicho-da-seda é uma atividade produtiva sustentável, com garantia de compra do produto agrícola pela indústria, alto valor bruto de produção, e gera mais de mil empregos diretos, além de desenvolver o comércio dos 221 municípios em que está presente no estado do Paraná. A produção ainda é considerada, segundo a associação, um agente de transformação econômica e socia